Ato de coragem… esse foi o tema da postagem coletiva do mês de Abril, do lindo grupo “Vai um Café?”. Difícil falar sobre isso, afinal sou tão insegura, medrosa… Refleti muito sobre o que escrever.

A verdade é que quando a gente pensa em coragem, logo pensa em saltar de para-quedas, mergulhar com tubarões ou até mesmo fazer uma viagem-louca-sem-rumo. Mas o significado da palavra em si é muito mais que isso.

Segundo o dicionário Google, coragem tem o seguinte significado:

substantivo feminino
  1. 1.
    moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez.
  2. 2.
    firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil.
    “armou-se de c. para rever o amigo moribundo”

Pois bem, a gente só pensa no item 1 né? Mas o principal, a coragem para enfrentar os problemas ninguém parece se lembrar.

Mesmo insegura tive  diversos atos de coragem ao longo desses 30 anos (e com certeza terei ainda mais).

Sofri bullying durante dois anos da minha adolescência, enfrentei a situação, tive apoio da família e logo em seguida mudei de escola, fiz amigos verdadeiros que tenho até hoje e fiquei até meio sem vergonha rs. Sofri assédio moral do trabalho e levei até conseguir trocar de lotação, lembro de no final do ano levar um presente para a chefinha, não por falsidade ou deboche, mas como um pedido de paz, pagar o mal com o bem e seguir em frente.

 

Mas talvez o que muita gente não sabe é que no passado uma pessoa me magoou muito, mas muito mesmo. Por mais que hoje reconheça que nem foi tão grave assim, na época, beeem nova, eu achei. Passei vários anos remoendo aquilo, atravessando a rua, entrando em lojas para não ter que dar de cara com a criatura divina.

Bem, o tempo passou, esqueci, até revi a pessoa na rua tudo voltou. Mas a raiva se transformou em algo que não sabia o nome e me deu uma vontade danada de ir atrás conversar sobre o que aconteceu. O mais curioso era olhar para ela e perceber um olhar estranho para mim, como de culpa, remorso, arrependimento, talvez.

Como para tudo tem seu jeito, aconteceu o grande dia: minha cabeça doía, a consciência pesada e aquela coisinha estranha incomodava demais. Sentamos para conversar.

Vocês devem estar pensando que lavamos a roupa suja. Na verdade, sentamos para uma conversa informal e acabei esquecendo de tudo. Rimos horrores e foi como se nada tivesse acontecido. Se eu tenho curiosidade/vontade de perguntar o que aconteceu? Nenhuma.

Se hoje somos best friends inseparáveis? Não, mas sempre que nos encontramos na rua surgem altos papos, risadas e abraços.

Porque o perdão é assim: exige da gente, dá trabalho e é preciso muita, mas muuuuita coragem para perdoar. É amar.

Meu ato de coragem? Perdoar quem nunca teve coragem de me pedir perdão.

Ah, qual foi aquela coisinha estranha que sentia? Saudade 🙂

Beijo grande no coração de cada um. E obrigada Ju, do blog  L’explorateur pelo tema tão lindo!

Coragem para todos enfrentarem seus problemas!

 

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