Olá! A menor mulher do mundo foi o conto escolhido para o mês de Junho (tá, eu sei que já é Julho, mas tive uns contratempos aqui, sorry) para o Projeto Clarice-se!

Só tenho 3 letras para esse conto: UAU!

Fonte: Pinterest

Sério, que história profunda. Relativamente pequeno (três páginas no Word) porém longo de ser lido. Sabe quando você pára para reler e fica divagando sobre o que leu? É bem isso. Instigante. Vale a pena.

O conto narra a história de um explorador francês que, ao fazer uma expedição na África, topa com uma tribo de pigmeus. E lá conhece a menor mulher do mundo. Fica abobado. Ela ainda por cima estava grávida! A chama de Pequena Flor e a fotografa para o jornal. O conto segue com as famílias lendo-o em suas casas e comentando (cada comentário!). Ao final, o explorador é surpreendido com uma risada da moça e Clarice nos encanta narrando todo o interior de Pequena Flor.

Ficou curioso? Encontrei o conto aqui: E-disciplinas

A menor mulher do mundo me fez pensar em uma série de fatores:

1 – A hipocrisia

Aliás, Clarice aborda muito esse assunto, chega até a dar uma vergonhazinha interna, do tipo: Quem nunca? Quantas vezes olhamos um noticiário, nos apiedamos, lamentamos o ocorrido e voltamos pra o nosso mundo? Sem contar que costumamos procurar esquecer o que vimos.

2 – Esquecer que os outros têm sentimentos

Também uma forma de hipocrisia. Ver o outro, diferente de nós, achar “bonitinho” e tratar como se fosse um objeto. Temos uma mania de fazer isso com crianças, bebês. Imagina com a menor mulher do mundo? Achar que é um brinquedo, coisa fofa, como se não fosse um ser humano como nós, algo muito bem mencionado no final do conto.

3 – Desigualdade social

Acho que nem precisava comentar, né? Enquanto Pequena Flor lutava para sobreviver, pessoas em suas casas se deliciavam em um domingo em família, lendo seu jornal, pensando na roupa nova que precisava comprar para o filho. Outra forma de hipocrisia? Talvez.

4 – Temos pena de que?

Esse é um assunto que tenho me perguntado muito. Sentimos pena de pessoas que levam uma vida diferente. São pobres, não tiveram acesso ao estudo, vivem um lugar precário. Mas mesmo assim, de que temos pena? Da vida menos favorecida ou do sofrimento? Às vezes vejo que eles são tão felizes (ou talvez até mais) que a gente. Clarice foi tão certa ao mencionar o que era felicidade para a tribo!

O que é felicidade para nós? Ter um carro, uma casa, bom emprego… Enquanto para o outro só o fato de estar vivo já o faz feliz. Pequenos gestos são grandes. Por vezes tem muito mais amor que nós. Isso porque aprenderam a não exigir mais da vida, a aproveitar o que ela tem de melhor.

Acho que precisamos aprender com eles.

Obrigada mais uma vez, Clarice!

 

Todo mês resenho um conto de Clarice Lispetor, quer ler os outros? Só entrar no link: Clarice-se

Beijo no coração!!

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