Olá! Vamos conversar sobre o conto O BÚFALO da autora Clarice Lispector?
O conto está no livro Laços de Família, da autora. Assim como outros contos já resenhados aqui no blog, como, por exemplo: A menor mulher do mundo
O BÚFALO conta a história de uma mulher, doente, que foi ao Zoológico. Na narrativa, ela observa os animais, cada detalhe de seus comportamentos e com seus sentimentos particulares.
Ela faz um passeio pelo parque, anda na montanha russa (a melhor cena, aliás, amei a descrição das sensações do brinquedo, a sensação de quase morte, o fechar de olhos…) e depois, já no final de seu passeio, encontra o búfalo.
Ela o encara, o animal vira para ela, vira de costas, lentamente. Ela o olha nos olhos, percebe seu olhar calmo. Sente algo de bom dentro de si (tem que ler para saber).
A mulher vê seus sentimentos como um filme, uma mistura de emoções, que nos envolve. Eu consegui sentir junto com ela. Clarice, né mores!!
Conheça a autora aqui: Clarice Lispector – Toda matéria
E sim, falando de Clarice Lispector, a gente pode esperar fortes emoções, viagem na história e bastante enigmas. Ler Clarice é uma arte, e O Búfalo não poderia ser diferente.
A mulher já inicia com o casaco marrom, uma cor fechada, morta, ela estava doente. Sua comparação com os animais, o sentimento de raiva ao ver os macacos felizes, e o alívio em ver o camelo também apático.
A montanha russa, como falei foi minha parte preferida. Eu morro de medo de andar, e toda a descrição, tão perfeita do brinquedo, dos gritos, medo, sensação de morte a dualidade de que, nessa hora, ela prova que está viva.
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E, claro, o final. Quando ela encontra com o búfalo. Para quem não conhece, é um animal imenso, porém muito manso. Eu já vi pessoalmente e, ao ler o texto, lembrei dele, lá em Bonito – MS.
É o momento da calma, da doçura, do está tudo bem. Aquela respirada. Ela viaja para dentro de si, lembra dos amores, sente amor pelo búfalo. E guarda a imagem do animal em sua mente.
Um conto lindo, de verdade. Quando a gente olha pra fora, olha para dentro. Na hora que pensa na morte, lembra da vida. Essa dualidade gostosa da leitura. E que tenho certeza que muita gente pensou em coisas diferentes, de tão profundo que é o conto.
Beijos no coração!!
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