Memórias de um aprendiz de escritor…
Bem essa é uma crônica de Moacyr Scliar que eu li recentemente. Ela me chamou a atenção já pelo título. E, durante a leitura me ganhou o coração.
Conheça outra crônica dele aqui: A orelha de Van Gogh – Moacyr Scliar
Porque de início, sim, eu sou escritora e acredito que sou uma eterna aprendiz dessa arte. E é assim que o autor inicia o texto:
Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi (…), não foi por falta de prática.
E ele segue contando que todas as suas recordações estão ligadas a histórias. Sejam as dos livros e contações que cresceu ouvindo, mas como as de sua própria vida. E isso é tão eu, é tão a gente, né?
Sempre gostei de ouvir, depois de ler e, por fim, criar histórias. Tenho tantas recordações bonitas de estar na minha vó e ouvir uma história contada por ela pra mim e minhas primas. Não lembro direito delas, mas daqueles dias sim, e muito.
Moacye Scliar continua em “Memórias de um aprendiz de escritor” a lembrança de um colega de escola que era chamado de mentiroso porque adorava contar umas. E, de uma forma tão mágica, o autor comenta que seu amigo nunca foi mentiroso de fato, afinal ele contava suas histórias de uma forma tão perfeita que parecia mesmo ser verdade.
E era verdade. Pelo menos para o menino. Até porque era sua imaginação. Ou, como o autor bem descreveu na crônica, “um ficcionista”. Só falta os instrumentos certos para se tornar um escritor.
No texto, ele escreve suas próprias memórias, além do colega. Afinal, disse muito bem ele, um escritor também tem suas histórias. E contou um causo com seu vizinho que só lendo a crônica para saber e saborear.
E uma coisa Moacyr (fiquei íntima) tinha razão: as palavras são nosso instrumento de trabalho, apenas elas, são tudo para nós, escritores. Sejam na cabeça, com a boca e, claro, no papel. Literatura nem sempre parece trabalho, mas para nós ela é.
Não nego que escrever é uma delícia, é um prazer e eu amo tanto que nem sei. Mas tem dias ruins, tem ônus, tem horas que quero descansar a cabeça mas ela não para de ter ideias. Na hora da revisão, então hahaha falo nada.
Memórias de um aprendiz de escritor é uma crônica para quem escreve, para quem lê… ah, para quem tem alma.
Beijos no coração!!!