Olá! A Criada foi o conto de Clarice Lispector escolhido para o mês de Outubro!

E, UAU, que conto doído. Sério, doeu um pouco ler e refletir.

“A Criada é uma história de Eremita, uma doméstica, muito jovem (19 anos), mas desacreditada. Realizava seu trabalho de forma mecânica, sem brilho. Possuía uma tristeza profunda, mal se preocupava com sua beleza e juventude. Levava a vida resignada, pois “estava bom assim”. 

Às vezes se perdia em meio a pensamentos e tristezas e “viajava”, não se sabe para onde, e, quando caía em si, retornava de onde chamava de floresta, um pouco melhor. Mas não importava de fato para onde ela ia, sempre seria vista pelos demais como a moça que limpava a casa. 

Esses sentimentos lhe fazia comer pão compulsivamente e furtar de sua patroa. Era seu mecanismo de fuga.”



Fonte: YouTube – A Criada, canal da Júlia <3

É um conto aparentemente simples, mas com uma complexidade absurda. Precisei ler várias vezes para ir compreendendo e, cada vez que lia, mais dava um nó na garganta.

Eremita representou, para mim, as mulheres, jovens ou maduras, que não acreditam em si, não foram criadas para seguirem seus sonhos, como se dissessem: “a vida é assim para você e não há como mudar. Ponto final!”

A criada, na minha opinião se torna um trocadilho: criada por profissão e criada pela forma como a criaram. Já foi acostumada com a vida dura, sem sonhos, sem perspectiva de melhora.

Seus perdidos em pensamentos são como sua fuga da realidade, acredito que ela ficava pensando numa vida melhor, fazendo algo pelo qual ela sonhava, se via linda, feliz, mas não podia. Dói um pouco pensar que muita gente (digo tanto para mulheres quanto para homens) foi condicionada a pensar que nada pode mudar.

Fonte: O Pensador

Enquanto lia o texto, veio na cabeça a música Janaína, do Biquini Cavadão. Quem lembra?

Janaína acorda todo dia 4:30, e na hora de ir para cama ela pensa que o dia não passou, que nada aconteceu (…) Mas ela diz que, apesar de tudo, ela tem sonhos, ela diz que um dia a gente há de ser feliz…

Uma música pensada pelo mesmo propósito. E, infelizmente, no mundo existem muitas Eremitas e Janaínas.

O triste é a compulsão pelo furto, comida, e, muitas das vezes as drogas (lícitas e ilícitas). Atitudes que acabam prejudicando a saúde, a si mesmos.

Torço muito para que isso mude, que, devagar, uma por uma, consiga se reconhecer, batalhar para mudar e ser feliz.

Quem lembra das empreguetes? Fonte: GShow

Só para constar: ser doméstica é uma profissão linda, merece reconhecimento e respeito. Adoro quando uma família a trata como membro da mesma, reconhece seu valor e demonstra gratidão por cuidar de sua casa e família. <3

Conto retirado do Blog Clarice Lispector!!

Mas e vocês, o que acharam? Comente aqui em baixo o que pensou sobre o conto.

Beijo no coração!






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