Olá! Hoje vamos clariçar com Devaneio e embriaguez de uma rapariga?

Então, amores, Devaneio e embriaguez de uma rapariga é um conto do livro Laços de Família, da nossa amada Clarice Lispector.

“O conto inicia com devaneios de uma rapariga, aparentemente cansada e confusa com tantos afazeres de sua vida: casa, filhos, marido, supermercado… Seu marido chega em casa e, quando a vê, pensa que está doente. Come na rua, requenta comida, pois a rapariga está mesmo sem forças para o trabalho doméstico.

Em um jantar, ela bebe um pouco a mais de vinho, ficando embriagada, tendo mais devaneios ainda. Pensa em como sua vida poderia ser, outros homens, o que tem feito e como poderia ser mais feliz. Adormece em meio a pensamentos e acorda, já no dia seguinte, com sua ressaca: a tristeza da realidade.”

O que falar aqui sobre esse conto?

Queria ficar horas e horas comentando sobre o que achei, mas não conseguiria.

Devaneio e embriaguez de uma rapariga é mais um retrato do machismo na sociedade, como ele se revela nos pensamentos de uma mulher.

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Pensamos bem: Laços de família foi escrito em 1960, década essa que as mulheres eram muito mais vista como donas de casa, pensamento esse que dura até hoje, infelizmente.

As funções de uma mulher eram de fato servir ao lar, cuidar do marido, gerar filhos… mas o que os devaneios da rapariga do conto nos mostram de verdade é: ela era feliz? era essa vida mesmo que ela queria? Teria ela outros sonhos?

Ela começava o conto cansada. Serviço de casa cansa, além de mentalmente, por ser tão cobrada em ser perfeita e estar satisfeita. O marido, acreditando em tudo isso, achou apenas que ela estava doente.

Fiquei tão brava: será que ele não enxerga além? Por que o infeliz não se ofereceu para ajudar? Perguntou se ela precisava de alguma coisa? Faltou carinho e empatia ali.

E outro fato foi ela estar embriagada no clímax da história. A bebida causa essas reações em nós, varia bem de organismo e da bebida em si, mas a verdade é que, para a rapariga, foi o que ela precisava para divagar e se sentir feliz ao mesmo tempo.

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Quando a gente diz que lugar de mulher é onde ela quiser é bem isso. Não somos marionetes e nem obrigadas a seguir um padrão imposto pela sociedade. Ou muito menos ser obrigada a estar bem sempre.

Queria que contos como Devaneio e embriaguez de uma rapariga fosse coisa do passado, mas dóis lembrar que muitas mulheres vivem isso todos os dias e, muitas das vezes, nem sabem e se sentem mal e culpadas por estarem infelizes e desejarem uma vida diferente.

Mas e você, o que achou?

Beijos no coração