Olá! Hoje é dia de clariçar, e o conto escolhido para fechar o ano no Projeto Clarice-se foi A Fuga!
“A Fuga conta a história de uma mulher, voltando para casa, em um dia frio, debaixo de chuva. Nos leva a entender que havia acabado de assinar um divórcio, devido suas reflexões a respeito dos 12 anos de casada.
Enquanto caminha, pensa no sentimento de estar livre. Seu casamento fora um fardo, ela foi infeliz nesses 12 anos. Pensa em sua atual liberdade. Como será sua vida agora? Era um sentimento bom, libertador.
Agora ela pode viajar, mas se pergunta como ir, já que não tem dinheiro e que iria “pegar mal” se hospedar sozinha em um quarto de hotel. Ou até mesmo encontrar algum conhecido…
O dia frio estava bom, ela sentia-se bem, mas precisava voltar para casa. E, bem, no retorno fui pega de surpresa, que meu deixou meio amargurada, confesso.”
Leia o conto na íntegra aqui: A Fuga
Esse conto, como acabei de falar, amargurou um pouco, fiquei um bom tempo relendo para digerir melhor as palavras…
Trazendo para a vida (e para a minha própria), quantas vezes não sonhamos com uma vida, nos imaginamos felizes, fazendo apenas aquilo que amamos, livres do que nos faz mal?
No caso de Rosinha (foi o que compreendi sendo seu nome), era o casamento que a fazia mal e ela sonhava de olhos abertos com a liberdade. Mas quanta coisa não nos aborrece e nos faz fugir da realidade?
Sim, a fuga de nossa protagonista é de sua realidade. Eu mesma já passei por isso quando trabalhava em um lugar onde não era feliz. Pensava em como seria estar em outro lugar, com pessoas legais, compreensivas… quantas vezes pedi a Deus que me tirasse de lá…
Saí sim, as coisas começaram a mudar, mas ainda não me livrei por completo. Me vi nesse conto, andando pelas ruas pensando na vida que queria ter, respondendo para as pessoas que estava em outra situação.
Mas a realidade acaba batendo na porta, e a gente precisa encarar.
Achei que A Fuga foi uma escolha maravilhosa para o final de ano. Porque eu desejo, de coração, que em 2018 consigamos seguir nossos caminhos, estar em paz, perto daquilo que nos faz bem 🙂
Leia também a resenha do conto do mês de Novembro: Mas vai chover – Clarice Lispector!
E, aproveito para pedir desculpas por não ter postado na semana passada. Foi a correria louca do TCC (ainda falarei sobre ele), me enrolei toda. Mas agora acabou, vida que segue porque ano que vem a coisa fica séria.
Fica a reflexão para a vida: sonhar um pouco não faz mal, nos ajuda a traçar rumos, a decidir aquilo que queremos. Só não vale viver sonhando e se esquecer de viver. Palavras de Dumbledore!
Um beijo grande no coração!!